sábado, 12 de junho de 2010

Isto incomoda-me

Por observação da população em geral, tenho-me apercebido deste fascínio quase animalesco que há em ter frases escritas em inglês em tudo o que existe. O problema é que não importa o que quer que lá esteja escrito, tem é que ser uma frase qualquer e, obviamente, estar escrita na língua lá do país da Rainha.

Eu não tenho nada contra frases impressas em lado nenhum, mas incomoda-me profundamente que 90% das pessoas não façam a mínima ideia do que lá está escrito.

Ora vejamos, um dia destes estava a passear num centro comercial e vi uma senhora já com a sua idade, ar sério, com roupa discreta e pouco arranjada, com uma t-shirt cor de rosa que gritava do alto das suas letras grandes e berrantes:

"I'm not anti social... I just don't like you"


Mas será, pergunto-me, será que ela faz a mínima ideia do que lá tem escrito? Será que ela sabe que anda a justificar a toda a gente o facto de não ser simpática porque não gosta deste fulano ou daquele? Não consigo atingir... Mas isto é um denominador comum na maioria das t-shirts bimbas. 99,9% das t-shirts bimbas, ou seja, todas aquelas que não tem uma imitação rasca do tweety ou do rato mickey, têm uma frase em inglês que, pelo conteúdo, ou foi tirada de uma tradução manhosa dum romance de cordel ou foi algo que se lembraram naquela altura só porque sim.

É que quase todas falam de um romance qualquer.

"Kiss me... I'm beautiful", "Waiting for you tonight", "I miss you so much", etc etc etc.

Deduzo então que toda literatura tenha sido abolida de Taiwan (apetece-me, agora) e só cheguem lá traduções rascas dos livros da Corín Tellado.



Claro que me choca ainda mais quando há erros ortográficos tão evidentes que fariam o Borat corar de vergonha.

Para terminar, houve algo que ainda me conseguiu chocar mais do que qualquer t-shirt.

Alguém deve ter achado que escrever mensagens subliminares em tudo o que é objecto realmente era uma aposta ganha e agora atacam todos os produtos.

Incluindo, rolos de papel de cozinha.

E eu pergunto-me, mais uma vez, o que é que raio é que um director criativo tem na cabeça para aprovar isto:



Mas quem é que tem uma última oportunidade de beijar quem? O rolo de beijar as batatas fritas num beijo apaixonado, quente e oleoso? Alguém que não tenha guardanapos e tenha que usar uma destas folhas? É considerado um beijo?

É que tanto quanto me parece qualquer pessoa que seja apanhada a "curtir" (estou nostálgica hoje) com um rolo de cozinha é considerado demasiado alternativo (kinky...).

Mas será que sou eu que estou a pensar mal?

Talvez no fundo seja um acto desesperado duma mente criativa que trabalhe na Renova e que queira mandar uma mensagem romântica à sua mais-que-tudo que trabalha como chefe de cozinha num restaurante nas Canárias.

Ou então é um suborno. Daqueles que as mulheres fazem quando estão mesmo chateadas. Ou então ainda pior, pode ser uma mulher a fazer chantagem com o homem que lhe deu uma tampa.

Do tipo, "ou beijas-me ou morres, é a tua última oportunidade! Se não o fizeres eu vou assombrar-te para sempre na tua cozinha sob a forma de rolo de papel dos fritos e vou atrás de toda a tua família!".



Agora que penso nisso estou assustada.


Somos controlados. A toda a hora e sob todo o tipo de formas.




Vou já queimar o rolo de papel dos fritos.








Eles sabem.... Eles sabem........




Tareca "You have one night to prove you love me or I'll haunt forever in your dreams"

Sem comentários:

Enviar um comentário